sábado, 30 de outubro de 2010

Gritos Abafados


A visão está ficando turva, e a água da chuva está caindo uma calma.
Quando a vida está chegando ao fim, você vê como as coisas da vida são simples, mas complicamos tanto. Agora posso perceber que fui tão inútil em tudo que fiz, mesquinho até em pensamentos. Poderia ter feito tanto, mas o dia-a-dia não deixava.
Vejo o fim e me arrependo, como vai acabar assim?
Não cultivei nada na vida, nem carinho, nem amor, muito menos respeito. Tive uma passagem na vida cheia de luxo, de dinheiro, de compromissos. Mas sem ter feito um carinho em alguém, sem ter conhecido o amor.
Sim, o que me diziam, que quando eu morresse iria morrer sozinho, do que adiantou ter tudo na hora? A morte veio quando tudo estava silenciosos e “calmo”.
Ninguém mais pode me ouvir, nem mesmo posso parar, meus gritos abafados por mim mesmo nesta imensidão sem fim, dizem que a cegueira é tudo escuro, mas estou cego em uma escuridão clara.
Tudo está sendo revelado e meus gritos continuam abafados.
Descubro que está é a dor do fim, o ultimo sentimento, eu mesmo posso ver que tudo foi uma mentira, eu sou uma mentira.
Quero apenas gritar, gritar por que tudo acabou!

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